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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"Quando a Cabeça Não Tem Juízo...o Corpo é Que Paga."


Quando a Cabeça Não Tem Juízo…

Já António Variações cantava e muito bem, “Quando a cabeça não tem juízo. Quando te esforças mais do que é preciso. O corpo é que paga…”.

É muito comum nos dias de hoje, ouvirmos relatos de pessoas que se queixam de problemas físicos, para os quais não encontram justificação, pois realizam uma série de exames médicos, que acabam por não fundamentar os batimentos cardíacos acelerados, as tonturas, a falta de ar, as dores de estômago, os vómitos, as dores musculares e por aí além.

Estas situações, cada vez mais frequentes, são muitas vezes mal compreendidas, pois na ausência de justificação médica, são tidas como meras chamadas de atenção, ou nervosismo, não lhes sendo dada a devida importância e o tratamento adequado.

Ao falarmos de psicossomática, temos que começar por perceber, que embora haja uma implicação emocional no processo, os sintomas físicos resultantes desta problemática, são realmente sentidos e causam dor, pânico, cansaço, falta de ar, entre outras sensações, não devendo por isso, a queixa de quem sofre, ser tratada como algo que não existe.

A psicossomatização, é o processo através do qual, uma pessoa transfere para o corpo, uma carga emocional relacionada com conflitos internos, com os quais tem dificuldade em lidar. Sendo assim, perante a dificuldade em exteriorizar as emoções, estas vão sendo acumuladas mentalmente e recalcadas, para que ninguém as perceba e para que se possa evitar o confronto. No entanto, o espaço dentro da caixinha, que é a nossa mente, dedicado a estas emoções é limitado e há alturas, em que inevitavelmente, transborda.

O que sucede, é que a tensão provocada pelo armazenamento de coisas não ditas, vontades contrariadas e agressividade não expressada, acaba por se acumular no corpo, causando manifestações, que variam de pessoa para pessoa, de acordo com a idade, personalidade e até com a problemática psicológica em questão.

Penso que todos já passámos pela situação de irmos fazer um teste com de dores de barriga, ou com sensação de náusea. Pois este exemplo retrata a o lado “soft” da somatização.

Devemos encarar a situação com mais seriedade, quando o nosso dia a dia começa a ser afectado e a nossa saúde física a ser degradada, pois embora o problema não parta do corpo, parte da mente para ele e, uma vez que lá chega, o problema é real. Tão real, que em alguns casos muito graves, podem surgir doenças físicas francamente complicadas.

Não invalidando a importância de um bom acompanhamento médico nas situações de psicossomatização, a toma de medicação vai aliviando os sintomas temporariamente, mas não alcança o fundo da questão e o que sucede, é que a tensão vai sempre procurando novas formas de ser aliviada. Se algum comprimido suprime o aceleramento cardíaco ou acalma a ansiedade, é bem possível, surgirem dores no corpo.

Existem situações que são temporárias e relacionadas com alguma questão pontual. No entanto, a maioria dos casos que tenho observado, prendem-se com questões relacionais muito presentes na vida de cada um, relacionadas com os vínculos familiares, sociais e profissionais, com os quais se lida diariamente.

Em muitos casos, apura-se uma incapacidade para expor opiniões ou para expressar agressividade perante algo desagradável que parta do outro. E voltando a António Variações, “Quando a cabeça não se liberta das frustrações inibições, toda essa força que te aperta. O corpo é que sofre…”.

Nas crianças, a somatização surge da mesma forma, mas com manifestações como febre, enurese nocturna (xixi na cama), vómitos, dores de barriga, entre outras, sempre que alguma coisa as preocupa seriamente, sobre a qual não quiseram, não puderam, ou não conseguiram falar.
Também os mais pequeninos guardam na sua caixinha mental, tudo o que consideram feio, mau e prejudicial, acarretando a culpa por tais sentimentos.

Por exemplo, é habitual as crianças reprimirem sentimentos de raiva em relação aos pais, quando estes os contrariam, pois somos ensinados a gostar sempre deles e a acreditar que têm sempre razão. São poucas as que são ensinadas a expressar tais afectos negativos sem se sentirem fortemente culpadas.

Normalmente cumprem o castigo “rogando as suas pragas” aos pais em silêncio, ou ficam extremamente ofendidos por apanhar uma palmada, infelizmente em alguns casos, mais do que uma, mas poucos exprimem o quão zangados e furiosos ficam. Não verbalizam os “não gosto de ti”, “agora não te quero ver” ou “magoaste-me muito”, acumulando-os no seu mundo interno.

Se todos esses sentimentos não são exteriorizados através de birras e palavras, acabam por ser expulsos através de um xixi na cama, ou vómitos durante a noite, entre outras manifestações.

Nos adolescentes e nos adultos a gravidade da situação e permanência dos sintomas pode ser mais grave, uma vez que recalcamentos e conflitos internos podem estar mais cristalizados e menos susceptíveis de serem trabalhados.

Em qualquer idade, estas situações não devem ser encaradas como fases, que vão passar, mesmo que só se manifestem ciclicamente, pois o seu encobrimento pode gerar situações mais complicadas e problemas físicos muito reais e graves.



Helena Mourão. Fevereiro de 2010

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Sobre o EBHM

EBHM são as iniciais dos nomes das duas Psicólogas Clínicas que deram vida a este espaço terapêutico. Eliana Baptista e Helena Mourão, licenciaram-se no Instituto Superior de Psicologia Aplicada, em condições pré-Bolonha. Embora já se conhecessem, foi após um reencontro proporcionado pela actividade profissional, que despertou a vontade conjunta de trabalhar em equipa.